Este artigo é o segundo da nossa série “Tudo o que você precisa saber sobre o apocalipse pós-cookies”. Neste artigo, nos esforçamos para esclarecer e simplificar por que os cookies são tão importantes para os anunciantes e por que as medidas de privacidade promovidas pela indústria são deixadas de lado.
Por que os cookies são tão importantes para os anunciantes?
O usuário médio pode entender vagamente o conceito de cookies quando limpa o histórico do navegador; ao apagar as sessões anteriores do navegador, os endereços da web de sessões anteriores desaparecem e, às vezes, os leitores precisam inserir novamente as senhas nos sites porque apagaram o cookie que anteriormente mantinha seu status de login. Apagar os cookies também apaga os rastros que os profissionais de marketing seguiram anteriormente para redirecionar campanhas ou detectar se os usuários podem estar interessados em determinadas categorias (por exemplo: esporte, finanças, moda etc.).
A crescente importação de cookies primários
Há uma diferença fundamental entre um cookie primário e um cookie de terceiros. Um cookie primário é aquele que um publisher autenticado implanta no navegador de um visitante com consentimento. No entanto, um cookie de terceiros é implantado no navegador de um visitante por um terceiro desconhecido sem o consentimento do usuário. São esses cookies de terceiros que sustentam grande parte da segmentação programática e representam uma grande preocupação para os defensores da privacidade de dados.
Medidas de privacidade do Interactive Advertising Bureau (IAB)
Os reguladores europeus pegaram um dos defensores mais expressivos da indústria da publicidade digital, o Interactive Advertising Bureau, de surpresa declarando que suas medidas de privacidade destinadas a proteger os dados do consumidor simplesmente não são boas o suficiente. Esta recente decisão da União Europeia foi uma refutação significativa das práticas promovidas pelo IAB e ameaça minar a forma como a publicidade programática é conduzida em todo o mundo.
Os reguladores da UE disseram que “encontraram graves violações do GDPR no sistema que o Google e outros estão usando para legitimar o rastreamento online”. O IAB respondeu em um post de blog que caracterizou a decisão como uma visão “preliminar” com “sem efeito vinculativo”. “Discordamos respeitosamente da aparente interpretação da lei pela APD”.
Nota: APD é a autoridade belga de proteção de dados.
A decisão questiona a capacidade do IAB de projetar estruturas para publicidade na Internet que satisfaçam os reguladores que aplicam leis recentes, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados da UE, implementado em 2018. Os EUA viram surgir leis semelhantes, como a Lei de Privacidade do Consumidor da Califórnia. Essas novas leis se esforçam para estabelecer regras claras e consistentes sobre os tipos de dados que as empresas podem coletar e garantir que essas empresas obtenham o consentimento dos consumidores para usar seus dados.
Os consumidores já viram as mudanças, especialmente em sites, onde há mais avisos de publishers solicitando permissão para rastrear seu comportamento online. A decisão da UE considerou que a solução do IAB para obter permissão, que foi amplamente adotada, inclusive pelo Google, não atende aos padrões legais.
Conclusão
Em um negócio multimilionário, que é a publicidade digital, o interesse próprio arraigado, promovido e praticado por grandes corporações como Facebook e Google, garante que esse debate continue por algum tempo. No entanto, é interessante notar que os governos de todo o mundo estão começando a perceber os danos que podem ser causados pelo uso inadequado de dados de visitantes para influenciar a opinião pública, evidenciado por debates sociais críticos, tais como vacinação e mudanças climáticas.